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segunda-feira, 4 de abril de 2011

OS BABY-BOOMERS DO IFPB e o Fantástico exército de Brancaleone

PREZADO JOÃO BATISTA E JOABSON:
FIZ ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO ESCRITO PELO FILIPE E DIVULGADO NA NET. ENTÃO, COMO CITEI VOCÊS DOIS, PENSO QUE É MEU DEVER ENVIAR PARA O CONHECIMENTO DE VOCÊS. COISA DE SERTANEJO LÁ DE QUIXABA, ENTENDE?
NÃO PRECISA RESPONDER. O TEXTO É PARA FILIPE.
SEGUE TAMBÉM COM CÓPIA PARA MEUS COLEGAS DA CCHT (TAMBÉM CITADOS).
Prezado Filipe, abraço fraterno!


Pensei muito se comentava o seu texto. Na verdade, não tenho certeza se estou fazendo o certo. Estou vivendo uma fase muito pessimista sobre nossa Instituição. E o pior, algumas pessoas entendem que eu não tenho o direito de falar. Então, sempre que falo alguma coisa, aparecem, invariavelmente, alguns iluminados para lembrar-me que eu fiz parte desta gestão. Na verdade, jogam na minha “cara”, como se eu ainda estivesse “Chefe de Gabinete”. Ninguém lembra que eu deixei o cargo na metade do primeiro mandato do atual Reitor. Então falo, recebo pancadas, como se eu estivesse condenado (eternamente condenado) pela minha passagem pela gestão. Mas, vamos lá; máximo que pode acontecer é ser novamente agredido (por e-mail, claro!).


1 – Parabéns pelo texto. Diante de tanto silêncio, você provoca nossa comunidade (no sentido pedagógico da expressão) no sentido de fazer algumas reflexões. De modo que sua atitude é construtiva, digna de aplausos;


2 – Seu texto é bom, provocativo, sugestivo. Apesar de usar uma expressão antiga (baby-boomers) você discute questões atuais;


3 – Fico muito feliz em saber que os novos servidores estão chegando “com muita garra e disposição nas áreas pedagógica, administrativo-financeira, recursos humanos, dentre outras” (palavras do seu texto). Não tenho dúvidas da veracidade da expressão. Ainda mais quando ditas por você. E espero que o IFPB seja capaz de aproveitar o potencial dos colegas que estão chegando;


4 – No entanto, seu texto também contém passagens problemáticas. Por exemplo: “Se cada servidor do IFPB agisse com o mesmo espírito dos novatos e o desprendimento do reitor, todos estariam bem melhor na fita enquanto educador e instituição de ensino” (palavras do seu texto). Ainda que em seguida você se esforce para estabelecer um tom mais suave: “Não compreenda que este artigo enaltece a chegada dos novos colegas em detrimento dos antigos servidores. Pois, nesta casa de ensino existem veteranos que agem como se tivessem ingressado ontem no IFPB.” Ainda assim, você mantém-se num nível bastante superficial de avaliação. Se temos problemas com alguns servidores (baixa produtividade, pouco empenho, pouco desprendimento...) isto, certamente, tem também algumas explicações.


Pergunto ao caro colega:


a)      temos na Instituição uma política de incentivo, de estímulo, de valorização do servidor? Falo de política como projeto consistente, favor não confundir com distribuição de um chocolate no dia das mulheres ou de um jantar no dia do servidor;

b)      temos uma política de incentivo aos projetos institucionais pensados pelos profissionais? Veja um exemplo: no ano do Centenário (eu e alguns colegas) decidimos pelo lançamento de um projeto que deveria ser transformado em livro. Temos entrevistas, depoimentos, fotografias... Qual o incentivo da Instituição? NENHUM. No mesmo ano realizamos um Seminário (outubro de 2009) sobre os “Cem anos da Instituição”. Além da falta de estímulo por parte dos gestores, nem mesmo o pró-labore dos dois convidados de outras Instituições foi pago. Você sabia? Passei inclusive por situação constrangedora na UFPB diante da cobrança de um Professor que participou do Seminário...

c)      E o Projeto de criação do Núcleo de Documentação e Pesquisa da Educação Profissional? Um projeto importante, para cuidar da memória da Instituição. Você sabe como anda? Parado. Você conhece algum gestor na Instituição preocupado com memória da Instituição? Outro dia, depois de muito esforço, encontrei cópia (na Biblioteca Nacional no Rio) de um documento raro escrito pelo Coriolano de Medeiros em 1922. Um fragmento da história da Escola de Aprendizes. (ôpa!, será que eu sou um... como é mesmo nome? Baby-boomer... rs, rs, rs...). Alô, atenção, tem algum novato (seria tão bom!) preocupado com memória, com história, com passado, papel velho, fotografias que estão sendo consumidas pelas traças lá arquivo? Se não fosse o Mardônio (seria este também outro baby-boomer???) tudo já teria sido consumido pelos tisanuros, roedores de papel.

d)     E a sala de aula meu prezado Jornalista? Você já esteve em alguma sala? Não precisa, eu vou fazer uma descrição pra você: são quentes, sem estrutura, ventiladores barulhentos (algumas sem ventiladores), turmas grandes, falta de controle adequado nos corredores gerando indisciplina, etc., etc. O ensino, de modo geral é muito mal cuidado. E ninguém faz nada. Você como bom jornalista, poderia pautar sua equipe para conversar com os professores sobre suas dificuldades. Faça isto. Você vai perceber como temos professores esforçados, responsáveis (apesar de alguns já “velhinhos”). Sabe de uma coisa Filipe, você tem razão: nós temos muitos baby-boomers entre nós. Entrar numa sala e ministrar uma aula em condições adversas equivale ao despreendimento de viajar para Princesa Isabel sem diária... É duro!

e)      Vamos falar sobre ambiente de estudo? Temos? Não. Recentemente foram construídos alguns - o bloco novo, perto do Refeitório - , você já esteve lá? Foram todos os espaços rapidamente ocupados. Você sabe quantos foram oferecidos aos Professores de Ciências Humanas? Nenhum. Aliás, acho que tem Professor da CCHT que ainda não sabe dos tais Gabinetes de Trabalho (todos equipados), já devidamente com nomes dos docentes nas portas. Ah, alguém vai dizer: “o bloco que você fala pertence ao Curso de Sistema de Telecomunicações”. Foi isto o que disse o Diretor do Campus, seguido da frase: “não tenho nada com isso”. Então pergunto: mas, nós professores e professoras das Ciências Humanas ministramos aulas em todos os cursos; todos, repito! Então, somos ou não também do Curso de Sistema de Telecomunicações??? (não, não somos!!!).

f)       Vamos falar sobre democracia interna? Ninguém fala mais em Eleições para os Departamentos? Fizemos uma única vez. Agora, parece que estão querendo que todos esqueçam. Vamos ou não fazer eleições? Inclusive é preciso ampliar os Departamentos, você não acha? Veja meu prezado Filipe, isto (democracia interna) é uma das formas de estimular os mais antigos, entendeu?

g)      Na verdade meu prezado Filipe, o problema é maior. Você sabia que nossos memorandos (da CCHT) sequer são respondidos pela atual gestão? Eu não tenho dúvidas: trabalhamos em uma Instituição que muito pouco se preocupa com os professores e o ensino das Ciências Humanas.

No mais querido colega, parabéns pelas suas reflexões. Você é um profissional por quem tenho muito respeito e admiração. Seu texto é um serviço ao IFPB.


Ah, antes que esqueça! Eu conheço muita gente nova com cabeça velha e também muita gente velha com cabeça nova. O mundo é mesmo contraditório...


Aos novatos (da era digital) meu abraço fraterno (por e-mail), mas ainda assim muito fraterno. Infelizmente conheci poucos. Trabalhamos em uma Instituição sem identificação (crachá). Então, nunca sabemos quem é quem. E eu nem quero falar aqui da falta de segurança...

Para você Filipe, paz e saúde!


Candeia (sempre pensando e repensando e mudando suas ideias... acordo verde e vou dormir amarelo, entendeu?)


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LUCIANO CANDEIA
9179 3422
visite o meu blog-
http://luciano-candeia.blogspot.com/

2 comentários:

Crisvalter Medeiros disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Crisvalter Medeiros disse...

Prezado professor, muito adequada a análise de discurso do professor Candeia. Lembrei de uma citação do Noam Chomsky: a publicidade ocupa, na democracia, o lugar do cacetete na ditadura. Pois é, a assessoria não faz jornalismo, nem tem visão crítica, nem assume posições independentes, exceto para promoção do staff do poder central institucional. É lamentável que seja esse o papel adotado oficialmente pelo órgão, pois conta com profissionais de grande taleto e competência no seu quadro. Com certeza, fariam um belo trabalho, se houvesse uma política adequada de comunicação social na instituição. Parabéns pela análise. Continue firme e forte,mas sem perder jamais a ternura.
crisvalter