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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

COMO SÃO TRATADOS OS DEFICIENTES FÍSICOS NOS ÓRGÃOS DO ESTADO BRASILEIRO

PESQUISA- Preconceito afeta 77% das pessoas com deficiência


Publicado em 14.12.2010


RIO – Pessoas com deficiência não têm seus direitos respeitados no País: é a opinião de 77% dos 1.165 portadores de deficiência entrevistados em uma pesquisa sobre a condição de vida dos deficientes no Brasil, feita pelo DataSenado, entre 28 de outubro e 17 de novembro. O estudo foi elaborado a partir do cadastro do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), com 10.273 registrados. “As pessoas se sentem sem acesso aos serviços, desrespeitadas no seu direito de ir e vir. O importante é que estão percebendo isso. Porque o preconceito ficou tão natural, como quando um deficiente físico é carregado para entrar no ônibus que não tem elevador, que as pessoas não percebem como preconceito”, observa a superintendente do IBDD, Teresa Costa D’Amaral.
A pesquisa mostra que prédios públicos estão mais adaptados (18% responderam que a maioria tem acesso) do que os comerciais (12% de respostas favoráveis). Mas as ruas e calçadas são o grande entrave para a locomoção – 87% disseram que poucas ruas ou nenhuma via está adaptada na sua cidade. Quatro em cada dez entrevistados deixaram de ir a algum lugar porque a estrutura física não estava adaptada.
Essa falta de adaptação também compromete o lazer – 64% dos deficientes físicos e 51% dos cegos gostariam de praticar esportes, mas não podem por falta de acesso, 25% dos surdos gostariam de ir ao teatro, e 23% dos deficientes visuais iriam ao cinema, se as salas fossem adaptadas.
O estudo aponta ainda que falta atuação mais firme do Estado na prevenção e tratamento aos deficientes – 64% consideraram que a prevenção de doenças que leva a deficiências são pouco eficientes. “A pesquisa mostra que os deficientes auditivos se sentem mais discriminados. Eles ficam mais isolados”, afirma Teresa. “Hoje uma prótese auditiva leva três anos para ser concedida. Quando a criança recebe, passou o primeiro momento da comunicação. Ela já fica com defasagem. É o total desrespeito.”
De acordo com o levantamento, 43% disseram se sentir discriminados no ambiente de trabalho – e o índice chega a 63% ente os surdos e 44% entre os cegos.
Valéria de Almeida Fraga, 28 anos, já sofreu com preconceito por ser deficiente. Ao se candidatar a uma vaga em uma empresa logística, ela foi entrevistada por telefone, respondeu um questionário por e-mail e quando finalmente foi chamada para ocupar a vaga soube que o fato de ser paraplégica – tem parte da perna esquerda amputada – a impediria de ocupar o posto. “Alegaram que a vaga para deficientes estava preenchida”, explica ela, até hoje ainda sem emprego.
Dos entrevistados, 759 são deficientes físicos, 170 visuais e 236 auditivos. A pesquisa foi feita por telefone. Surdos responderam por e-mail, depois de receberem mensagem com um filme explicativo sobre o estudo, com intérprete da linguagem de sinais. “Queríamos que ficasse o mais parecido possível com a entrevista por telefone”, explica Teresa.

Fonte:
http://www.incluipe.com.br/admin/noticias/pesquisa-preconceito-afeta-77-das-pessoas-com-deficiencia
Data: 17/12/2010; 19:11:33

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